Eclipse solar na América do Norte leva multidão de turistas e fãs de astronomia à 'rota da totalidade'
Preços de hospedagem e passagens aéreas explodiram nos EUA e no Canadá. Precavidos, ‘caçadores de eclipse’ evitam o caos e organizam eventos por onde a sombra da Lua encobrirá o Sol.
Quase não há mais vagas nos hotéis e aluguéis por temporada na rota do eclipse total do Sol, que será visto em parte de México, Estados Unidos e Canadá na tarde desta segunda-feira (8).
Para se ter uma ideia, na “rota da totalidade” - onde o Sol encobrirá toda a Lua - moram cerca de 31 milhões de pessoas. E as autoridades esperam que mais de 3 milhões viajem para essa área só por causa do eclipse. Ou seja, é como se a população flutuasse cerca de 10% a mais. Tudo de uma vez.
- Os voos estavam praticamente esgotados, com preços duas ou mais vezes o valor normal. De trem, não havia nenhuma opção para chegar a tempo partindo da cidade de Nova York, base da nossa equipe. Para alugar carro, poucos veículos disponíveis.
Por isso, as autoridades dessas localidades onde o eclipse será total insistem: "chegue cedo, saia tarde". Porque há previsão de engarrafamentos muito mais intensos do que algumas dessas cidades estão acostumadas. Há o medo de que ambulâncias ou carros de bombeiros, por exemplo, não consigam atender a chamados de urgência nesta segunda-feira.
O estado de Indiana, por exemplo, declarou estado de emergência. E o lado canadense das Cataratas do Niágara fez a mesma coisa - mesmo sendo um local já acostumado com fluxo intenso de turistas. Em em várias partes da América do Norte, escolas vão fechar ou encerrar o expediente mais cedo para que todos possam ver o eclipse - e desafogar o trânsito.
Apesar dos temores de um caos turístico, havia uma atmosfera de festa em Buffalo, cidade no noroeste do estado de Nova York que verá o fenômeno em sua totalidade. As ruas estavam cheias - inclusive com turistas que não sabiam onde parar o carro - e as lojas, repletas de camisetas, almofadas, canecas e outras lembrancinhas do eclipse total do sol.
A festa dos ‘caçadores de eclipse’
Desde a Idade Antiga a humanidade consegue prever - ou pelo menos ter uma ideia - quando os eclipses vão acontecer. Historiadores acreditam que povos na Babilônia estimavam o fenômeno seis séculos antes de Cristo.
Portanto, na era dos telescópios de alta precisão - e da inteligência artificial generativa - os fãs de astronomia não têm desculpa para organizar suas viagens de última hora.
“Desde criança, sou apaixonado por astronomia, mas só há nove anos comecei a levar isso a sério. Minha mulher disse que eu precisava de um hobby, e eu achei o meu. Eu disse a ela: ‘cuidado com o que deseja’”
Rik vai ter 84 anos quando o próximo eclipse total do Sol passar pelos Estados Unidos - em agosto de 2044. No Brasil, vai demorar ainda mais para o fenômeno ser visível - só em 12 de agosto de 2045, apenas em parte do Norte e do Nordeste (Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco).
Se o “caçador de eclipses” pretende ir ao Brasil assistir ao fenômeno com os brasileiros? Rik diz que sim, e com a esposa. “Tenho mais uns 30 anos de vida pela frente. E quero ir com a Dawn a todos eles, dentro e fora dos EUA.”
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