Policia Federal faz buscas na casa do governador do Piauí e no gabinete da primeira dama na Câmara por desvios na Educação.
Operação mira Rejane Dias, mulher do governador, que foi secretária estadual de educação e hoje é deputada federal. A polícia investiga suspeita de desvios de recursos do Fundeb e do PNATE em superfaturamento de contratos de transporte escolar.
A Polícia Federal realizou buscas na casa do governador Wellington Dias (PT) e da primeira-dama do estado, ex-secretária estadual de educação e hoje deputada federal, Rejane Dias (PT), na manhã desta segunda-feira (27).
O gabinete da deputada, em Brasília, também foi alvo de buscas. Esta é a terceira etapa da Operação Topique e Rejane Dias, segundo a PF, é o alvo das buscas na investigação de um suposto esquema criminoso para fraudar licitações de transporte escolar. O mandado de busca foi cumprido após autorização da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber.
Além do gabinete da primeira-dama, em Brasília, foram alvos de busca empresas e a casa do irmão de Rejane Dias; e a sede da Seduc, em Teresina.
Nem Wellington Dias nem o gabinete do governador em Teresina foram alvos da PF.
Segundo a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar.
Em nota, a Seduc declarou que está colaborando com as investigações. O G1 entrou em contato com o governador Wellington Dias, que ainda não se pronunciou. Em nota, a deputada Rejane Dias informou que "recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação" e que está à disposição para esclarecer o caso.
Até a ultima atualização desta reportagem, o G1 ainda não havia conseguido contato com a defesa do irmão de Rejane Dias.
Nesta terceira etapa da operação, a PF apura um suposto esquema de desvios em contratos que somam R$ 96,5 milhões para a prestação do serviço de transporte escolar, que foram celebrados em 2019 e 2020, após as primeiras fases da investigação. Segundo a PF, mesmo após as primeiras fases da Operação Topique, o governo do estado continuou contratando as empresas suspeitas.
Segundo a PF, o dinheiro teria sido desviado através de pagamentos superfaturados em contratos de transporte escolar. O resultado prático, que chegava até os estudantes, era um transporte escolar sem qualidade e segurança.
Outras fases da operação
Na primeira fase da Operação, em agosto de 2018, a PF cumpriu mandados na sede da Seduc e em outros 39 locais.
Na segunda fase, batizada Operação Satélite, em setembro de 2019, os policiais federais fizeram buscas no Palácio de Karnak, sede do governo estadual, e novamente na Seduc.
O que dizem os alvos
Nota da Seduc:
A Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc) informa que está colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Federal e sempre se colocou à total disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos, visando a transparência e o correto funcionamento da administração pública.
Nota da deputada federal Rejane Dias:
A deputada federal Rejane Dias recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação, e afirma que, como desde o início, permanece à disposição para esclarecimentos a todas essas alegações.
Durante seu exercício à frente da Secretaria de Educação, a parlamentar sempre se portou em observância às Leis, tendo em vista a melhoria dos índices educacionais e a ampliação do acesso à educação dos piauienses.
Fonte: G!
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