Polícia Federal prende 2 ex-governadores do DF
Alvos são José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, além do ex-vice Tadeu
Fillppelli. Operação investiga fraudes em obras do estádio Mané Garrincha.
A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (23) mandados de
prisão temporária contra ex-governadores do Distrito Federal José Roberto
Arruda e Agnelo Queiroz e o ex-vice governador Tadeu Filippellil, hoje assessor
do presidente Michel Temer. Às 8h12, os três políticos foram detidos. Os policiais
chegaram na casa de Agnelo por volta das 6h.
A operação é baseada em delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez
sobre um esquema de corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha. A PF diz
que a reforma do local pode ter sido superfaturada em cerca de R$ 900 milhões,
visto que estava orçada em R$ 600 milhões mas custou R$ 1,575 bilhão.
O advogado de Arruda, Paulo Emílio, afirmou ao G1 que ainda está "tomando
pé das circunstâncias", mas que vai tentar revogar o mandado prisão. Segundo
ele, o político ainda não tinha sido preso até às 8h20.
O G1 tentou contato com o advogado do ex-governador Agnelo Queiroz, mas
não obteve respostas até o momento da publicação desta reportagem. A defesa
do ex-vice governador Tadeu Filippelli, afirmou que "preferia não se pronunciar
por enquanto".
Na operação desta manhã, cerca de 80 policiais foram divididos em 16 equipes
e devem ser cumpridos 10 mandados de prisão temporária, 3 de conduções
coercitivas e 15 mandados de busca e apreensão. As medidas judiciais partiram
da 10ª Vara da Justiça do DF e as ações ocorrem em Brasília.
Além dos políticos, a operação desta terça tem como alvo agentes públicos,
construtoras e operadores das propinas que atuaram na época. Segundo a
PF, a suspeita é de que com a intermediação dos operadores, os agentes
públicos tenham simulado etapas da licitação. O Mané Garrincha não
recebeu financiamento do BNDES, mas da Terracap, empresa do governo
do Distrito Federal que não tinha este tipo de operação prevista entre suas
atividades.
Agnelo, que foi governador do DF de 2011 a 2015, foi condenado a ficar
inelegível por oito anos em 2016. O Tribunal Regional Eleitoral entendeu
que ele e seu vice, Filippelli, usaram pa publicidade do governo para se
favorecer a campanha de 2014.Em fevereiro passsado, o Tribunal Superior
Eleitoral manteve a punição ao ex-governador, mas absolveu o ex-vice.
Filippelli foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal de Temer em
setembro de 2016. Antes, integrava, desde 2015, a assessoria parlamentar
da vice-presidência da República. Ele era um dos responsáveis pela
interlocução entre o Palácio do Planalto e o Congresso.
Fonte: g1.globo.com
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