Doença da mancha branca ameaça – e encarece – produção de camarão
Edição desta semana de VEJA explica a grave crise que afeta a produção de camarão no Brasil e eleva ainda mais o preço do crustáceo. O problema é causado principalmente pela doença da mancha branca, um vírus que mata os animais em questão de dias e deve provocar uma queda de 25% na produção nos viveiros do país: de 76?000 toneladas em 2015 para 56 000 toneladas em 2016. Mas o conhecido protecionismo econômico também é um fator, ao dificultar a importação que poderia amenizar esse desequilíbrio.
“Cheguei a perder toda a produção mensal em uma das minhas principais fazendas”, conta Cristiano Peixoto Maia, o maior produtor do país, dono da Fazenda Potiporã e vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão. “Produzia 200?000 quilos por mês e, em novembro, só consegui 20?000 quilos.”
O reflexo disso está, obviamente, nos preços – e quem mais pena é o consumidor final. O quilo do camarão vendido ao consumidor subiu mais de 20% no último ano em diferentes capitais, segundo dados do IBGE. Mas, para os restaurantes, os custos são ainda maiores. “Pagávamos 40 reais pelo quilo do camarão há um ano no atacado. Na última compra, o quilo custou quase 70 reais. Isso dá um aumento de 75%”, diz Ronald Aguiar, sócio da rede de restaurantes Coco Bambu, especializada em frutos do mar.
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